Chinelos ou sandálias Havaianas


A marca Havaianas é brasileira, mas suas raízes são bem mistas, assim como boa parte da população do Brasil. O seu criador foi um escocês que veio da Argentina e escolheu o nome das sandálias como referência ao Hawaí. Robert Fraser fundou a empresa Alpargatas, em 3 de abril de 1907. Ah, e ele fez associação com uma indústria inglesa, além de ter participação da empresa fundada por ele também, em Argentia. De Brasil mesmo, era apenas a sede da fábrica.


No entanto, em 1982, após um gradativo processo de nacionalização do capital, iniciado em 1948, a São Paulo Alpargatas deixou de ter participação argentina e passou para ao controle do Grupo Camargo Corrêa que era seu maior acionista. A Alpargatas acabou sendo vendida algumas vezes, desde 2017 é de propriedade da holding Itaúsa que também é dona dos bancos Itaú, Unibanco e da empresa Dexco.


A Alpargatas produzia tecidos, lonas e calçados. Os mais populares foram os tênis Conga, desde 1959, e o Bamba, desde 1961. Os chinelos Havaianas começaram a ser produzidos em 1962, e o design foi inspirado nas zori japonesas, aquelas sandálias tradicionais feitas de palha de arroz, é muito parecido, mas adaptado para a borracha. E outro calçado extremamente popular fabricado pela Alpargatas foi o Kichute, a partir de 1970, uma mistura de tênis e chuteira, era barato e muito resistente.


Durante toda a década de 1980, esses calçados da Alpargatas dominavam o mercado porque eram baratos. Apesar do romantismo que temos dos anos 80, foram anos difíceis, de inflação muito alta. O grande público das Havaianas foi, durante trinta anos, uma classe financeiramente desfavorecida que a comprava em mercados de bairro. Assim, as Havaianas ficaram conhecidas como chinelo de pobre. Os chinelos tinham a base branca, com a parte de baixo, as laterais e as tiras azuis. Esse era o único modelo.


Desde a década de 1970, a empresa já disputava mercado com as concorrentes que passaram a produzir peças iguais. Então, em 1967, criaram o slogam As Legítimas. Chico Anysio virou garoto propaganda da marca e, em 1991, tentando ampliar o mercado, mudaram a ideia de que o produto era para pobre e a companhia lançou o modelo Havaianas Sky, com cores fortes e calcanhar mais alto, dando a ideia de que pertencia a um público de classe mais alta.


Seu preço também ficou mais elevado que o dos modelos tradicionais. Para levar o lançamento ao público-alvo, foram veiculadas propagandas de grande porte estreladas por artistas famosos e também foi criado um display vertical para facilitar a escolha do produto e do número. Antes, os pares eram vendidos em saquinhos plásticos. Super simples.

Em 1994, com a implementação da moeda real, as coisas começaram a mudar no país, nós passamos a ter mais poder de compra e tivemos mais variedade no mercado, e a Alpargatas entrou em declínio. Foi quando a empresa reagiu e lançou, com uma grande campanha de marketing, a Havaianas Top, um novo modelo.


As Havaianas Sky já eram inteiras da mesma cor, e a partir de então vieram outros modelos, alguns com os calcanhares mais elevados, com várias cores. O chinelo foi sendo sofisticado gradativamente e o produto deixou de ser chamado de chinelo para ser sandália, e a empresa investiu em campanhas e em muitos lançamentos. Modelos e celebridades começaram a desfilar com a sandália nos pés, teve famosos que casaram usando Havaianas, teve gente rica que deu Havaianas como lembrança de casamento...


As exportações aceleraram e a marca ganhou espaço em revistas e nas principais vitrines de moda no mundo. Estima-se que 210 milhões de sandálias são vendidas anualmente, dos quais 10% vão para mais de 100 países espalhados pelos cinco continentes, podendo ser encontrada em mais de 200 mil pontos de venda. E aqui na terrinha, em cada três brasileiros, dois em média consomem um par de havaianas por ano.


Acredito que desde as pessoas pararam de colocar prego quando a tira arrebenta porque isso prolongava o tempo de uso, ou se utilizava a tala boa em outra sola, ou seja, de dois pares com talas arrebentadas, montava-se um par intacto.


As vendas das Havaianas representam metade do faturamento da companhia. Em 1997, foi criado o departamento de comércio exterior das Havaianas com o objetivo de aumentar a exportação do produto. E em 1998, foi lançado o primeiro modelo com a bandeira no Brasil na tala, como um produto especial pela Copa da Fifa que aconteceu na França. A partir de então, a bandeirinha virou marca registrada da sandália.


Com o passar dos anos os preços foram subindo, mas o salário mínimo também, então, colocando na balança, o valor de hoje em dia do modelo tradicional é similar ao da época em que existia só o modelo azul e branco vendido em saquinhos plásticos. Mas tem vários modelos, com cores, texturas, estampas... Lançamentos limitados em parceria com grandes marcas de luxo, como a Dolce&Gabbana que chegou a quase R$ 800,00.


Em 2003, foram produzidos modelos sofisticados com rubis, para os indicados ao Oscar daquele ano, e colocados em embalagens especiais com a foto de cada um imitando um espelho. Os calçados foram entregues aos indicados no dia seguinte à premiação do Oscar.


A partir da década de 1990 a empresa Alpargatas passou a colocar famosos em suas campanhas publicitárias, teve campanhas com o Didi, o personagem, assim como o Chico Anysio fazia. Teve campanhas com Tom Jobim, mas ele ficou mais restrito as publicidades de revistas. A socialite Vera Loyolla divulgou o produto com o tema Todo mundo usa Havaianas, e depois muitos, muitos artistas.

Os comerciais geralmente eram divertidos, mas em 2009, uma campanha gerou polêmica, onde uma senhora sugere que sua neta faça sexo com o ator Cauã Reymond. Muitos telespectadores reclamaram e um processo chegou a ser aberto no Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária. A empresa fez uma nota, retirando a propaganda do ar, em respeito aos consumidores que não haviam gostado, mas publicando o vídeo no YouTube para aqueles que haviam gostado da propaganda.


E em 2010, tivemos aquela pérola com a atriz Fernanda Vasconcellos sem umbigo. Depois de virar piada nacional o vídeo foi corrigido, mas a versão que chamou mais a atenção está no Youtube até os dias de hoje. E em 2015, a marca lançou a coleção Tribos com grafismos inspirados em povos indígenas do Xingu. Ao ser questionada sobre a autorização para o uso dessas imagens, a marca alegou ter seguido a legislação vigente e afirmou que as ilustrações foram autorizadas por um indígena da etnia Yawalapiti.

Eliana - Os Dedinhos


Na ocasião do lançamento do álbum Os Dedinhos, em 1993, Eliana já era conhecida na televisão, ela já estava há quase dois anos no SBT apresentando as sessões de desenhos Festolândia e Sessão Desenho. O primeiro aos finais de semana, e o segundo diariamente. Ambos tinham em média duas horas de duração, mas a Eliana aparecia em tela mais ou menos durante uns 20 minutos.


E como ela chegou até esse ponto nós já sabemos, é uma história bem conhecida, o programa que tinha sido criado como parte da comemoração dos 10 anos do SBT, o Festolândia, para o qual ela foi chamada por Silvio Santos para apresentar, não dava lucro e ele tirou do ar pouco mais de três meses depois da estreia. Primeiro transformou o infantil que era diário, em semanal, e depois o retirou da grade. Na época, Eliana gravou pelo menos duas canções para o infantil, a música tema de abertura, Era Uma Vez, e Abracadabra.


Vendo seu sonho de ser uma musa infantil escorrer pelas mãos ela pediu para continuar na TV e se submeteu a apresentar as cabeças da Sessão Desenho. Era uma faixa de desenho animado que não precisava de ninguém apresentando, mas como o Silvio Santos ia respeitar o contrato que tinha feito com ela e a manteria na folha de pagamento da emissora, mesmo sem trabalho, disse: tá bom. Ele não tinha a nada perder, e era ela quem tava pedindo.

E foi aí que ela começou a tirar leite de pedra, gravava sentada em um banquinho onde aparecia somente da cintura para cima, diante de uma tela verde, e usava como cenário papéis de carta de sua própria coleção. E apesar do pouco tempo que tinha para ficar no ar começou a inserir músicas e performa-las com as mãos. Isso agradou o público e chamou a atenção de uma gravadora que ofereceu um disco a ela.


A produção ficou por conta de João Plinta que usou de muita criatividade para produzir um álbum com pouco recurso, mas bem pensado. Boa parte das canções já eram de conhecimento do público através do álbum Carrossel volume 2 e da própria Eliana que tinha gravado para o primeiro projeto do infantil Festolândia e também para a trilha sonora de uma novela mexicana.


As gravações ocorreram no Estúdio Phoenix (24 canais), no Rio de Janeiro, com os trabalhos dos técnicos Marcelo, Gugú e Tiano, que também foi responsável pela mixagem. Os arranjos musicais ficaram a cargo de José Paulo Soares, com programação digital feita por Paulo José Soares, e os teclados foram tocados por José Fernandes Neto. Teve dois coros, um de adultos composto por Angela, Silvinha e Ringo, e um infantil formado por Grace, Dionne, Valéria e Vanessa.


O disco tem dez faixas, incluindo músicas inéditas e clássicos infantis. Do lado A, com exceção de Os Dedinhos, todas as faixas são pot-porris, isso é, cada faixa tem pelos menos duas canções de roda, curtas, por isso são colocadas juntas, ou as faixas ficariam muito curtas. E do lado B estão as faixas inéditas com músicas mais longas. Inéditas, mas nem tanto.


O álbum ficou educativo, mas divertido, e com um truque que Xuxa soube explorar muito bem a partir do ano de 2000, as faixas curtas e as coreografias simples, detalhes que agradam muito o público infantil. O álbum todo tem menos de meia hora de duração, dura 27 minutos e 44 segundos.


A arte gráfica da capa, contracapa e encarte, foi desenvolvida por Nelson Santos com fotografia feita por João Delbúcio-Grafixarte. E a arte ficou a cargo de Lastake Fassimoto e Marcos Monteiro. O álbum foi lançado em 10 de maio de 1993, em Disco de vinil, Fita cassete e Compact disc. Nós vamos ver agora faixa por faixa.


A primeira faixa é: Os Dedinhos, de João Walter Plinta. Trata-se de uma versão de uma canção popular infantil da França, do século 18, cuja autoria se atribui a Jean Philippe Rameau. Essa faixa virou a marca registrada da Eliana, foi a única que ganhou um lançamento em formato físico como single, mais precisamente o que era chamado de Folha Musical, era uma folha plástica que continha uma música para tocar no toca-discos, sobreposta a um cartão.


E foi também a única música desse álbum a ganhar um vídeo clipe. É bem simples, foi gravado no parque Fantasy Place no Shopping Market Place. E um detalhe, a letra original não tem nada a ver com a versão de Eliana, fala de um frade chamado Jack que está dormindo e pergunta quem é que vai tocar o sino da igreja.

Segundo Eliana, ela ouviu a música Os Dedinhos pela TV e desenvolveu uma coreografia para performar em seu programa e as pessoas que assistiam gostaram e começaram a ligar e enviar cartas para a emissora pedindo e perguntando onde conseguiam o seu disco. Os responsáveis pela gravadora RCA tomaram conhecimento do interesse do público e procuraram por ela no SBT oferecendo um álbum musical.

Pode ser que ela tenha ouvido a música assistindo o seu próprio programa, porque Os Dedinhos tocou, pelo menos no episódio de estreia, no Festolândia. Essa canção fazia parte de um pot-porri junto com as canções São João Damarão e Coelhinho, do álbum Carrossel volume 2, da trilha sonora da versão mexicana de Carrossel que o SBT apresentou entre 1991 e 1992.

A segunda faixa é um pot-porri com as canções: Fui Morar Numa Casinha e Bata Palmas, de Domínio Público. Isso quer dizer que a gravadora não precisou pagar por direitos autorais para inserir a faixa no disco. E isso se repete nas faixas seguintes desse lado do disco. Fui Morar Numa Casinha fez parte do álbum Carrossel Volume 2 no pot-porri que inclui também a canção A Barata Diz Que Tem. E Bata Palmas estava em outra faixa do mesmo álbum, no pot-porri que inclui Pombinha Branca e Atchim.

A terceira faixa é um pot-porri com as canções: O Sapo Não Lava o Pé e Do-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si, de Domínio Público. A canção O Sapo Não Lava o Pé está no álbum Carrossel Volume 2 no pot-porri que incluiu a canção Da Minha Viola.

A quarta faixa é um pot-porri com as canções: Os Sentidos de Delber e Vanessa, e O Jipe do Padre, de Domínio Público. A canção Os Sentidos fez parte do álbum Carrossel Volume 2 no pot-porri que inclui as canções Dona Aranha e Marre-Deci.

A quinta faixa é um pot-porri com as canções: A Dona Aranha e Os Indiozinhos, de Domínio Público. As duas canções estiveram no álbum Carrossel Volume 2. Donha Aranha esteve no pot-porri que inclui as canções Os Sentidos e Marre-Deci. E Os Indiozinhos esteve no pot-porri que inclui as canções Pop Pop e Fifi.

A primeira faixa do lado B, é: Amiga, de João Plinta. A música foi produzida para a trilha sonora da novela mexicana Garotas Bonitas, que estreou no dia dois de março de 1993, no SBT. Plinta tinha uma grande simpatia por Eliana e a escolheu para interpretar a canção devido o seu crescente destaque na emissora e sua popularidade como apresentadora e cantora. A música foi usada como tema de abertura da novela e, depois, inserida em seu álbum solo.

A segunda faixa é: Era uma Vez, de Renato Barbosa. Foi produzida para servir de abertura do programa Festolândia que estreou em agosto de 1991.

A terceira faixa é: Direito de Sonhar, de Marcos Pagé e Paulo Góes. É uma das faixas mais marcantes do álbum.

A quarta faixa é: Abacadabra, de Junior Mendes e Paulo Imperial. Essa tocou bastante no Festolândia.

E a quinta faixa, finalizando o álbum, é: Rebu no Pomar do Japonês, de Marcos Antônio Possato. Se fizermos uma lista das músicas politicamente incorretas das apresentadoras infantis dos anos 80 e 90, essa seria uma delas. Quero muito fazer essa lista.


O álbum foi um sucesso comercial e rendeu a Eliana seu primeiro disco de ouro pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), após auditar vendas de 100 mil cópias levadas as lojas. Em dezembro de 1993, Eliana recebeu o prêmio das mãos do renomado arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Estima-se que as vendas de Os Dedinhos superaram 300 mil cópias, o que o torna elegível a um disco de platina no Brasil.

Virou Manchete (primeira semana de setembro - 2025) - Passou Nesse Mês (setembro - 1980)


Netflix

Entre as produções feitas para o Brasil que estreiam na Netflix no mês de setembro estão: a 5ª Temporada de Casamento às Cegas, previsto para entrar na plataforma no dia 10. E no dia 13, estreia Fazenda Colonial, a primeira produção brasileira de terror da plataforma, ambientada em uma antiga fazenda com elementos históricos e sobrenaturais. 


Amazon Prime

Na Amazon Prime estreia no dia três, Missão Resgate 2, a sequência do filme de ação com Liam Neeson, desta vez com foco em resgates em território brasileiro.

HBO Max

Na HBO Max tem a estreia de Largados e Pelados no dia 14. Os participantes brasileiros enfrentarão desafios na savana africana. A plataforma ainda libera em setembro o reality Missão Faxina com Ellen Milgrau que acompanha a apresentadora em missões de transformação de espaços. E a segunda temporada de MasterChef Confeitaria, uma competição culinária focada em confeitaria, com novos desafios e jurados.

Globoplay

E na Globoplay nós teremos a transmissão ao vivo do Festival The Town nos dias 06, 07, 12, 13 e 14, com shows de Green Day, Katy Perry e Mariah Carey, entre outros. E o melhor, é que o sinal será aberto, ou seja, na faixa. E de novidades na plataforma tem a novela Hipertensão, um dos clássicos de Ivani Ribeiro, a novela turca Dolunay no canal Globoplay Novelas estrelada por Can Yaman. E Derretendo Pouco a Pouco, um dorama que chega ao catálogo da plataforma no dia 18.

LOTV News 

Em setembro de 2025, a Pixar celebra os 30 anos de Toy Story com um relançamento especial nos cinemas brasileiros, previsto para o dia 11. Originalmente lançado em 1995, o filme foi pioneiro como a primeira animação totalmente em computação gráfica, revolucionando a indústria cinematográfica e dando início ao império da Pixar.

A animação que tem duração de 81 minutos segue Woody, um cowboy de brinquedo, que vê sua posição como o favorito de Andy ameaçada com a chegada de Buzz Lightyear, um astronauta de brinquedo. Juntos, eles enfrentam desafios para retornar ao menino e preservar a magia da infância. Além da exibição tradicional, o filme estará disponível em 4DX pela primeira vez, proporcionando uma experiência imersiva com efeitos especiais que simulam movimento, vento e aromas. 

Este relançamento também serve como preparação para o lançamento de Toy Story 5, previsto para 19 de junho de 2026. O novo filme abordará temas contemporâneos, como o impacto da tecnologia na infância e o esquecimento dos brinquedos, mantendo a essência emocional que caracteriza a franquia.

 Aconteceu 

César Tralli foi anunciado como o novo âncora do Jornal Nacional, ao lado de Renata Vasconcellos, a partir de setembro deste ano, 2025. Com isso, ficará separado de Ticiane Pinheiro que continuará trabalhando na Record, em São Paulo, enquanto ele terá que gravar no Rio de Janeiro.


A 12ª temporada do reality show culinário Master Chef Brasil chegou ao fim com uma disputa emocionante entre Daniela e Felipe B. Ambos apresentaram menus autorais que refletiam suas trajetórias pessoais. Daniela recebeu um prêmio recorde de meio milhão de reais e um curso na Le Cordon Bleu.


O GNT se prepara para a estreia de Infiltrados na Cozinha, um reality show comandado por Paola Carosella. O programa desafia participantes a identificar quem entre eles não é um verdadeiro chef de cozinha. Os humoristas Luana Zucoloto e Fabão atuarão como avaliadores.


Eduardo Sterblitch e Tatá Werneck se preparam para apresentar uma prévia de um novo programa de improviso e esquetes humorísticas que está previsto para o primeiro semestre de 2026 no Multi Show.


Além Das Nuvens

O escritor Luis Fernando Verissimo, um dos maiores nomes da literatura brasileira, partiu para outros planos no sábado dia 30 de agostol. Ele estava com 88 anos.


O estilista italiano Giorgio Armani partiu para outros planos no dia 4 de setembro, aos 91 anos.


Passou Nesse Mês

No dia oito de setembro de 1980 estreou a novela Plumas e Paetês na TV Globo, no horário das 19 horas. Foi escrita por Cassiano Gabus Mendes com coautoria de Silvio de Abreu, com direção-geral de Gonzaga Blota e Reynaldo Boury. Contou com Elizabeth Savalla, Cláudio Marzo, José Wilker, Maria Cláudia, Angelina Muniz, Neuza Amaral, José Lewgoy, Miriam Pérsia e Paulo Guarnieri. nos papéis principais.


A espinha dorsal da novela conta a trama de Marcela que se infiltra em uma família rica assumindo outra identidade, era idêntica à da novela A Intrusa, da TV Tupi, de 1967. Parte do enredo foi inserido no remake de Tititi, em 2010.


A novela teve dois álbuns musicais, a trilha sonora nacional e a trilha sonora internacional.

A Lagoa Azul

No dia 12, chegou nos cinemas do Brasil o filme A Lagoa Azul que conta a saga de duas crianças que cresceram sozinhas em uma ilha desabitada no Pacífico Sul. O filme se tornou um clássico do cinema e da TV, sendo reapresentado diversas vezes em mais de uma emissora.

No dia 15, estreou o programa do Bozo na TVS do Rio de Janeiro. O comediante Wandeko Pipoca foi escolhido por Larry Harmon, o dono da franquia, para ser o primeiro ator a interpretar o palhaço Bozo na televisão brasileira. A iniciativa de trazer o palhaço ao Brasil foi de Silvio Santos que retransmitia o infantil em São Paulo pela TV Record, que também era de sua sociedade, até a inauguração do SBT, em 19 de agosto de 1981.


O programa foi gravado, inicialmente, no Teatro Silvio Santos, no bairro Carandiru em São Paulo, e depois mudou para os estúdios da Vila Guilherme.

Meu Pé de Laranja Lima

No dia 29 estreou a novela Meu Pé de Laranja Lima, na Rede Bandeirantes. Foi escrita por Ivani Ribeiro, baseada no romance homônimo de José Mauro de Vasconcelos, com geral de Waldemar de Moraes. Contou com Alexandre Raymundo, Dionísio Azevedo, Cristina Mullins, Lourdes Bicudo, Valdir Fernandes, Baby Garroux e Fausto Rocha Jr. nos papéis principais.


A trama gira em torno de Zezé, que chega em uma vila no interior de São Paulo, com seus pais e outros cinco irmãos, e começa a cuidar de um mirrado pé de laranja lima, o qual se torna seu companheiro de aventuras imaginárias.


A novela teve um álbum musical com a trilha sonora. Essa produção da Band já era a segunda versão da história. A primeira tiha sido produzida pela TV Tupi, em 1970. Depois, ganhou outro remake em 1998 pela própria Band.

A Lagoa Azul


A Lagoa Azul é catalogado como um filme de aventura e drama romântico, dirigido por Randal Kleiser. Foi foi lançado nos Estados Unidos em 20 de junho de 1980 pela Columbia Pictures, no Brasil, chegou em 12 de setembro. O roteiro foi escrito por Douglas Day Stewart baseado no romance de mesmo nome de Henry De Vere Stacpoole, publicado em 1908, que conta a história de duas crianças abandonadas em uma ilha paradisíaca no Pacífico Sul. A trilha sonora foi composta por Basil Poledouris e a cinematografia foi realizada por Néstor Almendros.

O filme foi estrelado por Brooke Shields, que na ocasião do lançamento tinha 15 anos, ou seja, durante as gravações ainda tinha 14. E por Christopher Atkins, que na ocasião do lançamento tinha 19 anos, e durante as gravações já estava no auge dos seus 18 anos. Razão pela qual sua nudez é muito mais explorada do que a de Brooke Shields, ele aparece em várias cenas em nu frontal.


O filme começa no final do período vitoriano, quando dois pequenos primos, Richard e Emmeline Lestrange, ambos com sete anos de idade, e o cozinheiro do navio, Paddy Button, sobrevivem a um naufrágio no Pacífico Sul e chegam a uma ilha tropical exuberante.


Paddy cuida das crianças e cria uma lei que as proíbe de ir para o outro lado da ilha, onde ele encontrou um altar com restos mortais e sangue de humanos oriundos de sacrifícios realizados por nativos. Ele também os adverte sobre o risco de comer uma frutinha vermelha venenosa, mas o homem morre depois de uma bebedeira e, com isso, as crianças, agora sozinhas, vão para uma outra parte da ilha e constroem uma nova casa para elas.


O filme dá um salto no tempo e mostra as crianças já crescidas, quando elas começam a entrar em conflitos devido a descoberta da sexualidade.


Nessa fase o filme não deixa claro, nem se preocupa, em relacionar as descobertas e as alterações físicas e hormonais com a idade dos personagens, parece que tudo acontece ao mesmo tempo, de uma só vez.


Emmeline tem seu primeiro período menstrual e fica confusa com o que aconteceu, e Richard descobre a masturbação. Os dois se sentem atraídos, em fases distintas e, por isso, não reagem bem, nem entendem, as investidas de um para com o outro, o que gera conflitos entre ambos. Provocam-se, brigam, chegam a vias de fato e se separam, mas o mundo que conhecem é basicamente aquela ilha e necessitam um ao outro. Apesar de manterem um plano de resgate, uma fogueira para ser acesa quando um navio for avistado.

Na primeira vez Emmeline não acende o sinal de fogo com a justificativa de que a ilha é sua casa e que eles devem permanecer por lá. E ela também quem viola a lei de não ir até o outro lado da ilha. Ao encontrar o altar dos sacrificios associa o sangue ao sangue da crucificação de Cristo, concluindo que o altar é Deus e tenta convencer Richard a ir para orar com ela.


Richard só aceita ir até o local quando Emmeline pisa em um peixe-pedra venenoso e adoece. Ela pede para ser levada até Deus, o altar na zona proibida da ilha, e é atendida. Após esse incidente os dois estreitam os laços e descobrem a relação sexual, ato que passam a fazer regularmente e como consequência, Emmeline engravida.


E nessa fase é curioso que até então eles não tenham observado os animais, ou aprendido de alguma forma com a natureza, porque deduzem várias coisas, menos que vão ser papais.


Richard pensa que ela ficou gorda por comer demais, acham que os movimentos na barriga de Emmeline é o estômago... e só descobrem o que é toda aquela transformação quando o bebê nasce. E isso acontece justo quando Richard vai se aventurar no outro lado da ilha e se depara com um grupo de nativos fazendo um ritual de sacrifício humano.

Talvez a magia do filme aconteça pelo foco do diretor e roteirista ficar apenas nos dois náufragos, mas o livro dá mais detalhes do choque que eles tiveram ao travar contato com cultura dos povos polinésios.

Bom, quando a criaça nasce eles tem outro desafio, que é entender as suas necessidades. E a educam da mesma maneira que cresceram, totalmente livre em interação com a natureza ao seu redor.


O nome escolhido para a criança é o mesmo do homem que os salvou, Paddy. Eles perdem mais uma chance de serem resgatados, quando um navio liderado pelo pai de Richard, se aproxima da ilha, mas o homem pensa que eles são nativos porque estão cobertos de lama. E os dois jovens não pedem ajuda porque naquele momento estão satisfeitos com suas vidas.


O resgate só acontece quando os três resolvem visitar o primeiro local da ilha em que moraram e não percebem que o bebê colheu um ramo das frutinhas venenosas. Ao perderem os ramos do bote, um porque jogou na água e outro porque Emmeline atirou contra um tubarão que perseguia Richard, adormecem e quando acordam encontram o bebê comendo as frutinhas. 


A deriva, cada vez mais longe da costa e com o filho envenenado, eles também optam por comer o que restou das frutas e se deitam para aguardar a morte. Poucas horas depois, o navio de Arthur os encontra e o homem pergunta se eles estão mortos. O capitão responde: Não, senhor, eles estão dormindo.


Os críticos da época odiaram o filme, acharam ridiculamente idílico a maneira como as crianças se desenvolveram fora da sociedade, e falaram mal da performance de Brooke Shields. Ela foi indicada ao troféu Framboesa de Ouro na categoria de Pior Atriz, que foi a primeira premiação do gênero, contrapondo o Oscar.

Mas apesar das críticas, o filme foi um sucesso comercial e recebeu uma quantidade significativa de prêmios e nomeações. Foi nomeado para o Prêmio Saturno de Melhor Filme de Fantasia, Almendros recebeu uma nomeação para o Oscar de melhor fotografia, e Christopher Atkins foi nomeado para o Globo de Ouro de melhor ator revelação.

Curiosidades

Esse filme foi a terceira adaptação cinematográfica do livro The Blue Lagoon. A primeira adapatação aconteaceu em 1923, e o segundo em 1949. A versão de 1980 inclui muito mais cenas de nudez e sexo do que a versão de 49, embora muito menos do que o livro pede.


O filme foi rodado na Jamaica e Nanuya Levu (atual Turtle Island), uma ilha de propriedade privada em Fiji. O elenco e a produção passaram cinco meses no local morando em tendas. A flora e a fauna apresentadas no filme incluem uma variedade de animais de vários continentes. A iguana-de-crista-de-fijifi era uma espécie até então pelos biólogos.

Como Brooke Shields tinha apenas catorze anos de idade na época das filmagens, ela teve seus cabelos colados em seus seios para que não ficassem expostos, e nas cenas de nudez foi substituida por Kathy Troutt, uma dublê de 32 anos. Já o Cristopher Atkins teve o corpicho explorado porque já era maior de idade, ele tinha dezoito anos.


O filme foi reprisado várias vezes na televisão. A estreia na TV aconteceu no dia 21 de abril de 1987 dentro da sessão Super Cine da TV Globo, por volta das 23h. Mas na década de 1990 virou um dos clássicos da Sessão da Tarde, mesmo com toda a carga de erotismo e nudez. E além da Globo, foi exibido algumas vezes no Cinema em Casa, no SBT.

Em cinco de outubro de 1999 foi lançado em DVD, foi relançado em 2005, e lançado em Blu-ray em 11 de dezembro de 2012. E já foi disponibilizado para streaming por meio de serviços como o Prime Video e o Vudu.


Em 1991 foi lançado uma sequência retomada vagamente onde o filme anterior acabou, no entanto com Richard e Emmeline mortos no barco. E como o nome de Paddy é desconhecido, ele é renomeado para Richard. É praticamente o mesmo filme com poucas alterações e sem nudez frontal, e foi um fracasso comercial.


Depois, em junho de 2012, estreou A Lagoa Azul - O Despertar, feito especialmente para a televisão, mas muito diferente, e em nada lembra os anteriores.