Virou Manchete (quarta semana de julho) - Passou Nesse Mês (julho de 1995)
Segundo informações que circulam na internet, a Globo pretende fazer uma continuação da novela Avenida Brasil. A trama deve ter novos personagens que formaram novos núcleos e assim apresentarão novas tramas, mas trará de volta os personagens clássicos da primeira versão.
A estretégia está sendo pensada devido a produção de Êta Mundo Melhor!, que é a primeira continuação oficial de uma telenovela, a Êta Mundo Bom!. Que, aliás, segundo informações da internet, caiu na audiência, está abaixo do IBOPE de Garota do Momento. Mas sempre foi normal que uma novela perca a audiência da sua antecessora. As pessoas tomam um respiro da televisão quando uma novela acaba e as novelas vão ficando melhores a medida que os dramas apresentados pela nova vão sendo solucionados.
Dar continuidade a uma novela que fez sucesso é a nova estratégia da Globo depois de cansar o público com os remakes. E não é exagero, tem uma lista enorme de novelas que foram refeitas pela Globo desde a década de 1980. Muitas dessas novelas tiveram o nome alterado em relação a sua exibição original. Olha quantos folhetins já foram refeitos até Vale Tudo.
Amor Com Amor Se Paga, de 1984, remake de Camomila e Bem-Me-Quer, da TV Tupi, de 1972. A Gata Comeu, de 1985, remake de A Barba Azul, da TV Tupi, de 1974. Selva De Pedra, de 1986, remake da original de 1972, da Globo.
Hipertensão, de 1986, remake de Nossa Filha Gabriela, da TV Tupi, de 1971. O Sexo Dos Anjos, de 1989, remake de O Terceiro Pecado, da TV Excelsior, de 1968. Lua Cheia de Amor, de 1990, remake de Dona Xepa, de 1977, da Globo.Mulheres De Areia, de 1993, remake da original da TV Tupi, de 1974.
A Viagem, de 1994, remake da original da TV Tupi, de 1975. Irmãos Coragem, de 1995, remake da original de 1970, da Globo. Anjo Mau, de 1997, remake da original de 1976. Pecado Capital, de 1998, remake da original de 1975, da Globo.
Cabocla, de 2004, remake da original de 1979, da Globo. Sinhá Moça, de 2006, remake da original de 1986, da Globo. O profeta, de 2006, remake da original exibido na Tupi, em 1977. Paraíso, de 2009, remake da original de 1982, da Globo.
TiTiTi, de 2010, misturou a trama de duas telenovelas. De TiTiTi, de 1985 e de Plumas e Paetês, de 1980, ambas da Globo.
O Astro, de 2011, remake da original de 1977, da Globo. Guerra Dos Sexos de 2012, remake da original de 1983, da Globo. Gabriela, de 2012, remake da original de 2012, da Globo. Saramandaia, de 2013, remake da original de 1975,da Globo.
O Rebu, de 2014, remake da original de 1975, da Globo. Meu Pedacinho de Chão, de 2014, remake da original de 1971, da Globo. Haja Coração, de 2016, remake de Sassaricando, de 1987, da Globo.
Éramos Seis, de 2019, da TV Globo, foi a quarta releitura da novela.
A exibição original aconteceu em 1958, na TV Record. Depois ganhou um remake em 1967 na TV Tupi, que refez a novela em 1977. Em 1994, foi a vez do SBT produzir Éramos Seis. Essa é a novela recordista de remakes en nossa teledramaturgia.
Tivemos Pantanal em 2022, remake da original da Manchete, de 1990. Elas Por Elas, em 2022, remake da original de 1982, da Globo. Renascer, em 2024, remake da original de 1993, da Globo. E, Vale Tudo, em 2025, remake da original de 1988, da Globo.
Fazer continuação de uma novela é resgatar o universo de grandes sucessos mantendo a conexão emocional do público com tramas e personagens marcantes, mas com a possibilidade de reinventar a história e fazer quantas alterações forem necessárias para manter a audiência. Essa é o grande trunfo das novelas, elas são obras abertas, o autor vai direcionando as tramas de acordo com a resposta do público.
Já com os remakes não dá para fazer isso, ou seja, remakes são obras fechadas.
Quanto as novelas, Nos Tempos do Imperador, de 2021, foi uma continuação da novela Novo Mundo de 2017, e a emissora tem planos para produzir Isabel – A Redentora do Brasil, em 2027. A novela No Rancho Fundo, de 2024, também foi uma continuação, não oficial, mas não deixa de ser, da novela Mar do Sertão de 2022. E eu já falei aqui do dorama que a Globo está produzindo que tem o nome provisório de Vidas Paralelas, que nem estreou ainda, mas a emissora já pensa na continuação da novela.
LOTV News
O Brasil conseguiu emplacar dois filmes no Top 10 de mais vistos da Netflix no mundo todo. A comédia Família Pero No Mucho, de Leandro Hassun, e o documentário Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa. Segundo dados divulgados pela própria Netflix na terça-feira dia 22, Família Pero No Mucho foi o quarto longa de língua não inglesa com mais público na semana de 14 a 20 de junho.
Foram 5,5 milhões de visualizações completas no período, e o que mais impressiona é que o lançamento ocorreu apenas três dias antes, na sexta dia 18. Ou seja, ainda pode conquistar muito mais audiência. E não foi só no Brasil, não. O filme entrou na lista de mais vistos de 35 países diferentes. Foram 18 territórios na América Latina, sem contar o Brasil, três na África e outros 13 na Europa.
O documentário Apocalipse nos Trópicos conseguiu 1,1 milhão de visualizações no período. Ficou com a sétima posição entre os dez filmes de língua não inglesa mais vistos. Esse é o mais recente trabalho da diretora Petra Costa, indicada ao Oscar de 2020 por Democracia em Vertigem. Na nova produção, a cineasta investiga a ascensão dos evangélicos na política, seja pela bancada da Bíblia, seja pelos acenos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva aos religiosos.
Aconteceu
Após sucesso no Globoplay, a série Pablo e Luisão ganhará uma segunda temporada.
Maria do Bairro é reprisada pela sétima vez no SBT, mas ainda assim conseguiu levantar a audiência da emissora em 17% no Painel Nacional da Televisão, reduzindo a diferença de audiência com a Record.
Segundo notícias que circulam na Internet, Rodrigo Faro está em negociação com a Globo para projetos no Globoplay.
A Record pretende relançar a novela Escrava Isaura para celebrar os 150 anos do lançamento do livro. O folhetim que estreou em 2004, já teve reprises em 2007, 2017 e 2019, sempre com bons índices de audiência, além de ter sido apresentada em outros canais parceiros do grupo Record. A nova edição será um compacto com imagem e áudio melhorado e contará com o auxílio de inteligência artificial para garantir a qualidade do material.
Além Das Nuvens
A cantora Preta Gil partiu para outros planos no dia 20 de julho de 2025. Ela estava em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em tratamento contra um câncer. Em janeiro 2023 ela foi diagnosticada com câncer no intestino e no mês de agosto passou uma cirurgia e comemorou a ausência de células cancerígenas.
Em agosto de 2024, o câncer voltou e ela recorreu a um tratamento mais especializado nos Estados Unidos. Ao receber a notícia de que a doença estava se alastrando, resolveu voltar ao Brasil, passou mal na ambulância e foi levada de volta ao hospital. Preta estava com 50 anos.
O músico Ozzy Osbourne partiu no dia 22 de julho, de 2025. Ele foi o pioneiro do heavy metal e conhecido pelos fãs como príncipe das trevas.
Uma das passagens mais marcantes de sua vida aconteceu em 20 de janeiro de 1982, durante um show da banda Black Sabbath nos EUA quando um fã jogou um morcego no palco, e Ozzy, conhecido por suas atuações selvagens e por morder cabeças de animais de brinquedo durante os shows, achou que o morcego era falso. Ele pegou o animal e deu uma mordida na cabeça. Só depois ele percebeu ser um animal de verdade.
No dia 5 de julho de 2025, fez o show de despedida de sua carreira com o grupo Black Sabbath, em sua cidade natal. Ozzy sofria de doença de Parkinson. Ele estava com 76 anos.
Passou Nesse Mês
No dia três de julho de 1995, estreou a novela História de Amor, na TV Globo. Escrita por Manoel Carlos, teve a direção geral de Ricardo Waddington e contou com as atuações de Regina Duarte, José Mayer, Carolina Ferraz, Carla Marins, Ângelo Paes Leme, Lília Cabral, Nuno Leal Maia e Eva Wilma nos papéis principais.
Essa foi a primeira Helena de Regina Duarte. Manoel Carlos costumava dar o mesmo nome para as protagonistas de suas novelas. Regina Duarte foi Helena também na novela Por Amor, em 1997, e em Páginas da Vida, em 2006.
No dia sete, estreou o filme Batman Eternamente. Foi o terceiro da série sobre o homem morcego, iniciada em 1989, por Tim Burton. O filme teve alguns ajustes em relação aos dois anteriores para atenuar o tom sombrio e o papel de Batman foi interpretado por Val Kilmer. Jim Carrey interpreta o vilão Charada, e Tommy Lee Jones interpreta o Duas-Caras. Nicole Kidman tem papel de destaque também, e é nesse filme que surge o Robin, interpretado por Chris O'Donnell.
No dia sete, estreou a animação Pokahontas - O Encontro de Dois Mundos. Foi o sexto filme produzido e lançado durante a chamada Era Renascentista da Disney. O filme faz um retrato ficcional do encontro histórico da nativa estados-unidenses Pocahontas com o inglês John Smith e os colonos em Jamestown que chegaram a partir da Virginia Company.
Esse foi o primeiro longa-metragem animado da Disney inspirado em uma personagem real. Todas as fichas da Disney estavam sendo apostadas nessa animação e para preencher a lacuna entre o longa de Aladim e o seu lançamento, foi produzido o filme O Rei Leão que acabou se tornando um enorme sucesso.
No dia 14, estreou Braveheart, ou, Coração Valente - O Desafio do Guerreiro. O filme realizado e estrelado por Mel Gibson recebeu dez indicações ao Oscar, ganhou em cinco categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. O filme retrata a figura histórica de William Wallace, um guerreiro, patriota escocês e herói medieval que liderou um grupo de rebeldes escoceses lutando contra o domínio do rei inglês Eduardo I, da Inglaterra.
A história já foi retratada outras vezes, por outros diretores e atores, com outros títulos também. Coração Valente foi bastante criticado por ser pouco fiel a real história da rebelião da Escócia contra a Inglaterra e a biografia de William Wallace. Algum detalhe de cena, como o figurino, também não bate com a época retratada. Aquelas saias que os homens usam no país, chamadas de kilt, só foram popularizadas no século 17. O que William Wallace usava na vida real era somente uma manta jogada acima do ombro que se estendia até o joelho, uma vestimenta bem menos elaborada que o Kilt.
No dia 21, estreou o filme Gasparzinho o Fantasminha Camarada. É a adaptação para o cinema do personagem criado em 1939 para um livro infantil. No filme, Gasparzinho se apaixona e tem a possibilidade de se tornar humano para passar um tempo com a menina que ele gosta.
O fantasminha camarada que só pretende fazer amizades já era bem conhecido pelos seus gibis e desenhos animados.
No dia 24, estreou a novela Cara & Coroa, na TV Globo. Foi escrita por Antônio Calmon, com direção geral de Wolf Maya e contou com as atuações de Christiane Torloni, Miguel Falabella, Luís Melo, Victor Fasano, Maitê Proença, Lúcia Veríssimo, Marcos Paulo e Rosi Campos nos papéis principais.
A novela conta a história de Vitória que é obrigada a assumir o lugar de Fernanda, ambas vividas por Christiane Torloni. As duas se conhecem na prisão onde cumprem uma pena injusta e são, curiosamente, idênticas, e que no final descobrem que são gêmeas. A novela se assemelha muito com a trama mexicana A Usurpadora, mas a história é bem mais comum, nem uma das duas é original. Na Globo mesmo, em 1987, teve a novela O Outro, era um caso parecido, mas com homens.
TV Tupi - Início e fim.
O filme Chatô - O Rei do Brasil conta a história do jornalista e político Assis Chateaubriand, dono de um grande conglomerado de comunicação que tinha rádios, jornais e revistas, instrumentos que lhe davam muito poder, o que lhe permitiu construir um império.
Em 1947, Assis Chateaubriand foi aos Estados Unidos para encomendar os equipamentos da sua emissora que foram entregues com atrasos, após o prazo acordado entre o empresário e a RCA. Em janeiro de 1949, o engenheiro das rádios associadas Mário Alderighi e seu assistente Jorge Edo viajaram aos EUA e estiveram em Nova York e Burbank para acompanhar o funcionamento da NBC, como um curso sobre operações de televisão, enquanto engenheiros da RCA desembarcaram no Brasil, em fevereiro, para planejar a montagem da emissora em São Paulo.
O investimento foi de cinco milhões de dólares, custeado por anunciantes e empresários, que aceitaram arcar com as despesas da montagem da TV em troca de contratos de publicidade. Os técnicos estados-unidenses tentaram convencer Assis Chateaubriand para que a televisão no Brasil fosse instalada com transmissões via cabo, dado as dificuldades de propagação das ondas no Rio de Janeiro. Como ele insistiu que a televisão funcionasse via transmissão direta, a cidade escolhida foi São Paulo.
O desembarque dos primeiros equipamentos da TV Tupi no porto de Santos, em 1950, foi tratado como um evento histórico e simbólico. Os aparelhos trazidos dos Estados Unidos chegaram a bordo de um navio da RCA e foram recebidos com pompa e cobertura da imprensa.
Vários artistas estavam presente e acompanharam o desfile dos equipamentos até a sede escolhida como emissora. Dentre eles, estava Hebe Camargo, que até então era uma jovem cantora e foi a escolhida para cantar o hino de inauguração da TV Tupi.
Além dela, estava a cantora e atriz Lolita Rodrigues, o locutor e apresentador Homero Silva, o diretor e ator Walter Forster, e o roteirista e diretor Moysés Weltman. Esse momento marcou o nascimento da TV brasileira, ainda antes da primeira transmissão oficial, que ocorreria alguns meses depois, em 18 de setembro de 1950.
A TV Tupi foi instalada no edifício número 1.070, na Rua da Consolação, em São Paulo. O sinal da transmissão ia ao ar pelo canal três. A cerimônia de inauguração começou às 17h com uma mensagem do próprio Assis Chateaubriand, transmitida ao vivo. Ele falou sobre a importância da televisão como meio de educação e cultura para o país. Logo após, foi ao ar o primeiro programa oficial da TV brasileira, chamado TV na Taba, que fazia referência aos indígenas tupis. Daí o nome da emissora.
A programação inaugural também contou com apresentações musicais, discursos oficiais, exibição de esquetes teatrais ao vivo, e a participação de artistas do rádio e do teatro. Tudo era transmitido ao vivo porque não existia videotape na época, logo, não existe nem um registro desse dia. Mas sabemos de algumas coisas que aconteceram.
A Hebe Camargo não apareceu para cantar o hino da televisão, coube a Lolita Rodrigues assumir a responsabilidade. Hebe disse que inventou um mal-estar na época, mas o fato é que o hino era horrível e ela não queria compactuar com aquilo. Sabemos também que o padre que foi dar a bênção na inauguração das transmissões queimou uma das câmeras com água benta. E já eram poucas, apenas três.
Assis Chateaubriand conseguiu outras emissoras de TV, em outros estados, mas cada uma tinha a sua própria programação. Somente em 1956, com o surgimento do videotape, é que se começou a organizar o sistema de rede. As fitas dos programas gravados eram levadas de uma emissora a outra. A partir dos últimos anos da década de 1950 é que as emissoras começaram a fazer uso do sistema de mircro-ondas transmitindo de um estado a outro.
A primeira transmissão ao vivo aconteceu no dia 21 de abril de 1960, durante a inauguração de Brasilia. Naquela época ainda não existia satélite, mas a Tupi estava muito disposta a fazer a transmissão, então, a criatividade respondeu ao desafio. Três aviões foram escalados para que ficassem voando em círculos, dois eram da FAB (Força Aérea Brasileira), e um da VASP.
As aeronaves estavam distribuídas uniformemente na rota entre Brasília e São Paulo, assim, as ondas de transmissão chegavam até um avião e retransmitia a outro, e desse modo a antena principal da TV Tupi em São Paulo, recebia o sinal e retransmitia para a região de alcance.
O formato de Rede, com transmissão em cadeia, começou em 1972. Na época, houve várias divergências a respeito de qual canal seria a cabeça da rede, se o canal 4 paulistano ou o canal 6 carioca. Uma das possibilidades era que ambas dividissem as responsabilidades, a primeira proposta era que a estação carioca comandasse as emissoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto que a emissora de São Paulo controlasse os canais do Sul e Sudeste.
A segunda proposta era que a Tupi paulista ficasse responsável pela produção de telenovelas, e a Tupi do Rio se encarregasse dos shows e programas de auditório. Mas nem uma das ideias vingaram e gerou uma rixa entre as diretorias das duas estações que acabaram prejudicando a Tupi.
A logo marca da Tupi mudou algumas vezes, em 1950 era um indígena com uma expressão sisuda que segurava um arco. No ano seguinte, foi substituido pela figura de um indígena tupiniquim utilizando um par de antenas como cocar. Esse foi o primeiro mascote da televisão brasileira.
A partir de 1972, com o início das transmissões de televisão em cores no Brasil, a logo eram três círculos com as cores primárias entrelaçadas por duas linhas formando uma onda senoidal, em alusão ao movimento dos sinais eletromagnéticos de televisão. A logo foi resultado de um concurso, no qual o desenhista vencedor teria ganhado uma viagem a Paris patrocinada pela Air France para visitar as principais escolas de desenho industrial da França.
Segundo Elmo Francfort e Maurício Viel para o livro TV Tupi: do Tamanho do Brasil, o desenhista seria Renato Lage, posteriormente conhecido pela produção de carros alegóricos nos desfiles do Carnaval do Rio de Janeiro.
Em 1976 a TV Tupi de São Paulo lançou como novo símbolo um cata-vento verde cujo ponto central representava a geração de conteúdo para as emissoras da rede. Houve, no entanto, muita rejeição e a marca anterior voltou a ser utilizada no ano seguinte.
Além de construir a base da televisão no Braisl e ditar o modelo dos programas jornalisticos, humorísticos e de auditório, a TV Tupi produziu diversos folhletins que se tornaram clássicos e foram refeitos, alguns pela própria emissora, e outros pelas emissoras atuais do nosso país. São telenovelas como: Pollyana, lançada em 1956. Pollyana Moça, em 1958. Mulheres de areia, em 1973. A Viagem, em 1975. E, Éramos Seis.
Nesse caso, a primeira versão da Tupi, de 1967, já era um remake de Éramos Seis da Record, de 1958. Mas que refeita em 1977.
Ao longo dos anos, com a abertura de outras emissoras, e com a má administração de Assis Chateaubriand que praticamente saqueava os cofres da emissora para seus projetos megalomaníacos, a Tupi ficou sem investimentos e perdeu a qualidade. Chegou a ficar em quinto lugar na audiência, atrás da TV Globo, TV Rio, TV Excelsior e TV Continental.
Como consequência da queda de audiência, a publicidade também migrou para outras emissoras, e assim o caixa se esvaziava cada vez mais. Os salários dos funcionários atrasavam, e nem a Previdência Social era paga. Em outubro de 1977, com três meses de salários atrasados, os funcionários fizeram a primeira greve.
Em 2 de maio de 1980, devido a uma nova paralisação dos funcionários da TV Tupi de São Paulo que receberam cheques sem fundo para pagamento dos seus salários atrasados, a emissora parou de gerar programação e passou a retransmitir integralmente o que era gerado pela TV Tupi Rio de Janeiro. Dois meses depois, em 14 de julho, a estação foi retirada do ar pela decisão da diretoria.
No dia 16 de julho, a Tupi teve 7 de suas 10 concessões declaradas não-renovável, pelo Governo Federal. No dia 17, os funcionários da Tupi do Rio iniciaram uma vigília que durou 18 horas, comandada pelo apresentador Jorge Perlingeiro, com o objetivo de impedir que o canal fosse fechado. Várias personalidades, como o cantor Agnaldo Timóteo e o humorista Costinha, deram apoio aos funcionários.
Pouco antes do meio-dia de 18 de julho, quatro funcionários do Departamento Nacional de Telecomunicações chegaram ao Morro do Sumaré e se dirigiram à central de transmissão da TV Tupi Rio de Janeiro, a última da rede a permanecer no ar, para lacrar os transmissores.
Minutos antes, nos instantes finais do programa Aqui e Agora, foram exibidas imagens de uma missa do Papa João Paulo II realizada no início daquele mês no Aterro do Flamengo, simultaneamente à locução, feita pelo ator Cévio Cordeiro, de uma mensagem dirigida ao presidente Figueiredo pedindo para que a estação não fosse fechada.
Curisidades
Os ativos da emissora foram adquiridos pelo Grupo Silvio Santos, Fundador do SBT, pelo Grupo Bloch, que fundador a Rede Manchete, e pelo Grupo Abril que utilizou o prédio da emissora como sede da Abril Radiodifusão, por 23 anos, enquanto gerou o canal MTV Brasil.
Em 11 de setembro de 2024, o site Na Telinha noticiou que um grupo de empresários estaria negociando o retorno da TV Tupi, com previsão de estreia para março de 2025. A programação, inicialmente transmitida pelo YouTube, seria voltada para donas de casa acima de 50 anos, resgatando a memória afetiva da antiga emissora.
O embrião do Domingo Legal
O Gugu foi a estrela mor do SBT, depois do Silvio Santos, é claro, e assim como o Homem do Baú, ou Patrão, como Silvio era chamado, ele apresentou vários programas na emissora.
Até 1988, Gugu liderava a audiência nas noites de sábado e, por isso, foi levado para a Globo, onde nem chegou a estrear porque Silvio foi em seu resgate. De volta ao SBT, retomou seu programa nas noites de sábado e passamos a vê-lo também ao longo do domingo, que antes era só do Silvio Santos. Gugu apresentou vários programas que antes eram do Silvio, como Cidade Contra Cidade, Passa ou Repassa. Sim, Silvio Santos chegou a apresentar o Passa ou Repassa. E, é claro, Gugu teve programas feitos especialmente para ele também, e foram vários. Um deles, pouco falado, foi o Big Domingo.
O programa Big Domingo estreou no dia 5 de maio de 1991, ocupando o lugar que era do programa Corrida Maluca. Inicialmente ia ao ar às 16h e ficava até às 18h. Mas o SBT, sendo o SBT, obviamente mudou o programa de horário algumas vezes, no entanto, a duração do Big Domingo se manteve com duas horas de atração.
Alguns dizem que o programa foi o precursor do Domingo Legal, mas se compararmos com o Viva a Noite, tinha bastante similaridade, aliás, o Domingo Legal foi o Viva a Noite com outro cenário. Com o tempo foi adquirindo uma identidade própria, mas nasceu como uma cópia. O Big Domingo estava entre os dois, era uma tentativa do Gugu transferir para as tardes o que ele já sabia fazer bem nos sábados a noite.
O Big Domingo tinha muitas mascotes, uns bonecos gigantes, mas em vez de ficarem no palco, como era no Viva a Noite, eles ficavam no meio da plateia. Essas mascotes não precisavam significar nada ou ter algum tipo de relação com o nome, ou com o conceito do programa. Estavam lá fazendo volume e enchendo a tela de cores.
O cenário, assim como o Viva a Noite, era bem minimalista, porém, mais pobre. Contava com uma arquibancada branca com luzes, com uma parede azul no fundo, sem nada, porque a usavam para utilizar o efeito de chroma key, inserindo outras imagens em algumas ocasiões, o que dava um efeito legal no vídeo.
O programa costumava receber convidados, passava por lá alguns famosos, e artistas não reconhecidos na TV também. Uma das participações mais polêmicas foi a da Dercy Gonçalves que estava mal-humorada porque a gravação demorou muito e ela teve que esperar bastante tempo para entrar no palco e não fez nenhum esforço para ser simpática. Detalhe, com crianças.
A Dercy sempre foi muito polêmica por não ter freio na língua, ela não tinha filtro nenhum, e foi participar em um quadro em que um grupo de crianças faziam perguntas para o convidado. Ela já chegou reclamando que as crianças estavam sentadas e ela tinha que ficar de pé. Uma das crianças era o ator Wagner Santisteban que levou pelo menos umas duas chapuletadas da Dercy.
Uma porque ela não entendeu o que ele falou e disse que ele tinha que melhorar a dicção. E outra porque lhe passaram a informação errada sobre a pergunta que ele deveria fazer. E ainda disse que ele poderia morrer antes dela.
Além dos artistas, Gugu também mostrava vídeos engraçados. Aquilo de levar no programa as pessoas que viralizaram na internet, que era um dos quadros do programa da Eliana, o Gugu já fazia no Big Domingo. E expunha artistas também. Não sei se o quadro foi para frente, mas na estreia, ele mostrou a Flor sendo acordada.
E, obviamente, como todo bom programa do Gugu, não podia faltar gente sem roupa. Nisso ele sempre foi muito criativo para inventar os mais diferentes desafios para mostrar corpos despidos em suas atrações. No Big Domingo tinha uma prova em que as pessoas tinham que se vestir dentro de uma piscina, depois de tirar a roupa no palco e joga-la na água e ganhavam de acordo com o tempo que restava do cronomêtro.
Tinha o concurso do Homem Mais Bonito do Brasil, ou seja, mais gente sem roupa desfilando pelo palco. Tinha moças que passavam o programa todo se ensaboando, uns caras colando pelos nos corpos de umas modelos, enquanto outros tomavam sopa. Bizarro? Sim!
E o que dizer do dia em que o Gugu recebeu umas pessoas para falarem de tatuagem e começou a perguntar se o modelo tinha a genitália tatuada também. Aí um dos rapazes que estava no palco mostra uma revista com fotos de uma genitália tatuada e o Gugu mostra para a câmera. Ao vivo, em um domingo a tarde. Esses eram os anos 90.
O Big Domingo parecia um programa sem pé nem cabeça, era um amontoado de coisas. Entre corpos desnudos, crianças entrevistando artistas, e artistas desconhecidos no palco, tinha um vídeo de um carro voando, através de uma rampa, por dentro de um ônibus carregado de explosivos, o que lembrava bastante o quadro Parece Mentira Mas Não É, do Viva a Noite.
Talvez a ideia fosse concentrar em um programa coisas que o Gugu já tinha feito em outros e por isso se chama Big Domingo. Apesar que alguns programas posteriores parecem ter saído do Big Domingo. É o caso do Domingo Legal que muita gente acha que o Big Domingo foi o seu embrião, e teve também o Programa de Vídeos que reproduzia algumas coisas que eram apresentadas no Big Domingo.
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